A massa
O povo passa em pressa a passos prontos,
Na ânsia de chegar ao seu destino.
Robotizados, cabisbaixos, tontos,
Tangidos pelo próprio desatino.
No corre-corre há sempre desencontros,
Há sempre um acidente repentino,
Afrontas, fúrias, farpas e confrontos,
Num gesto sempre fraco e pequenino.
Quem tem a mente alienada, tensa,
Repleta de ansiedade e de amargura,
Tem a desilusão como sentença.
Toda essa pressa, toda essa loucura,
É um acesso pra qualquer doença,
Ou um atalho para a sepultura!