EXÍLIO
Entre o que foi e o que insinua o espelho
Definha o que é tão só caricatura.
A ruga perde a linha em risco, velho
Desafio à certeza que não dura.
Cicatrizes dos tempos de fedelho
Calando entre o que dói no agora, atura
A decepção, seu negro escaravelho
Comendo o que morreu, o que não tem cura.
E o que ficou por máscara de cera
Inspira espanto quando aspira ao riso,
Esgar que esgarça face tão sincera.
Exilado de si no que é mais seu
Nesse lado do espelho, no impreciso
Aqui das perdas, mundos que esqueceu.
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Entre o que foi e o que insinua o espelho
Definha o que é tão só caricatura.
A ruga perde a linha em risco, velho
Desafio à certeza que não dura.
Cicatrizes dos tempos de fedelho
Calando entre o que dói no agora, atura
A decepção, seu negro escaravelho
Comendo o que morreu, o que não tem cura.
E o que ficou por máscara de cera
Inspira espanto quando aspira ao riso,
Esgar que esgarça face tão sincera.
Exilado de si no que é mais seu
Nesse lado do espelho, no impreciso
Aqui das perdas, mundos que esqueceu.
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