Ao relento
 
Impõe-se a segurança do silêncio
Palavras como sementes guardadas
Sutis sensações à toa, amontoadas
Dispostas sem critério ao relento
 
Até a saudade não mais me apetece
Cansou-se ressentida e só repousa
Tal pirilampo em escuro calabouço
Apagando a cada dia que amanhece
 
Se a insipidez do hiato dura pouco
Se por causa ou consequência esmaece
Se à ausência de retorno entristece
 
Não sei muito bem dizer o que acontece
Dir-se-ia: “cada um tem o que merece”
Pode apenas ser o são calando o louco