SAARA - soneto quarto

IV

Há anos eu registro a mim memórias

D'estas incursões pelo Saara infindo.

São escritos dispersos que eu, reunindo,

Fizera não História, mas histórias.

Sim, busquei reviver as antigas glórias

Do viajante ao deserto então bem-vindo,

Que descrevera o terrível como lindo,

Deixando várias notas ilusórias.

Escrevo ora na areia. O mar apaga...

De costas ao deserto, miro o oceano

E deixo para trás só dor e engano.

Porém, erijo aqui um padrão de pedra

Cujo eco faz o mar a cada vaga:

-- "N'esse deserto nada jamais medra!..."

* * *