SONETO DO AMOR SEMPRE
Eu tenho escrito tanto sobre amor
e não posso dizer que não farei
mais e demais pois isso me faz rei,
conquanto o faça atento ao esplendor.
Se rimá-lo na vida com a dor,
se fingir eu que dela pouco sei,
é porque estão ligados numa lei
e vigiamos sempre a sua cor.
É dentro do meu corpo este reinado,
sagrado espaço delas, as vivências,
perder-se por querer, condicionado,
e nisto que é maior que tais ciências.
Mesmo na falta dele, massacrado,
eu planejarei todas contingências.
Eu tenho escrito tanto sobre amor
e não posso dizer que não farei
mais e demais pois isso me faz rei,
conquanto o faça atento ao esplendor.
Se rimá-lo na vida com a dor,
se fingir eu que dela pouco sei,
é porque estão ligados numa lei
e vigiamos sempre a sua cor.
É dentro do meu corpo este reinado,
sagrado espaço delas, as vivências,
perder-se por querer, condicionado,
e nisto que é maior que tais ciências.
Mesmo na falta dele, massacrado,
eu planejarei todas contingências.