vejo
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vejo, quando nos teus olhos espio,
uma lágrima, só, assaz pequena,
qual aljôfar, em concha morena,
uma lágrima que a lábios desfio.
e vejo, nos teus olhos, acredita,
em flor campos e campos, e por fundo
vejo auroras qu'acendem este mundo,
num piscar a odisseia do amor descrita.
de soslaio, de relance, de corrida,
vejo o que jamais te direi, jamais!
que a tua vida está além da minha vida..
num plano, por muito que'eu erga os braços
a céus e céus de tanger-te, e mais..
estarei em demolidos terraços!
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