Sonhos e as velas
Qual sacristães acendem nas capelas,
antes da missa, ao fim da madrugada,
co'a alma contrita, mesmo não eivada,
sonhos ardi, como eles suas velas.
Tive-os a arder na mente apaixonada,
e o seu calor, as suas luzes belas
não me deixaram ver grandes mazelas
que à minha Sorte estavam destinadas.
Tantos passos, tropel de tantos passos!
Pessoas, pouco tempo e tantos traços!
Passa um trem, um torpedo: Oh, Realidade!
E nesta confusão de homens vazios,
o fulgor evolou-se dos pavios,
e o fumo do fracasso ora me invade.