SONETO LIBERTADO

“Aos poetas angustiados”

Soneto meu, poema breve-som,

Poema breve-corpo em meu olhar,

Poema breve-gosto, sempre bom

E que adoças meu suave paladar…

Gerado pela musa em sacro tom

Vibrado pela lira do meu cantar

Tu, ó soneto, serás aquele dom

Nascido no meu estro a cintilar.

Sofro por ti ao ver-te acorrentado

Pelos ímpios grilhões conjunturais

E, ainda que apareças mascarado,

Não passas de palavras convencionais.

Soneto meu, que és filho da liberdade,

Quero-te num poema mais dignificado

E mais rico na própria qualidade

De um espírito são e humanizado.

E, como um livre ser em toda a parte,

Não serás mais o “fado Prometeu”

Antes, sim, aquele poema – obra d´ arte –

Cantado pela cítara de Orfeu!

Frassino Machado

In ODISSEIA DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 04/05/2016
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