SONETO LIBERTADO
“Aos poetas angustiados”
Soneto meu, poema breve-som,
Poema breve-corpo em meu olhar,
Poema breve-gosto, sempre bom
E que adoças meu suave paladar…
Gerado pela musa em sacro tom
Vibrado pela lira do meu cantar
Tu, ó soneto, serás aquele dom
Nascido no meu estro a cintilar.
Sofro por ti ao ver-te acorrentado
Pelos ímpios grilhões conjunturais
E, ainda que apareças mascarado,
Não passas de palavras convencionais.
Soneto meu, que és filho da liberdade,
Quero-te num poema mais dignificado
E mais rico na própria qualidade
De um espírito são e humanizado.
E, como um livre ser em toda a parte,
Não serás mais o “fado Prometeu”
Antes, sim, aquele poema – obra d´ arte –
Cantado pela cítara de Orfeu!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA