noites

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dão-me à face as noites um tom azedo;

à que vela, que dilui nela o escuro

erosivo dos sonhos sem futuro..

quand'opresso por tentáculos de medo.

viúvas, mudas, turvas, dão-se ao segredo.

são de xailes e penumbras um muro,

entre sonhos; são de voz e lábio duro,

e juízas; editais do meu degredo.

as noites mordem a luz que'ainda resta.

aos vultos, ébrios, súcubos, em festa,

traduzem a alva língua dos meus sonhos.

ah, as noites! tredas, malditas noites!

rasgam a carne, aram como açoites,

e até os dias d'oiro, d'âmbar, são tristonhos!

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Luís R Santos
Enviado por Luís R Santos em 02/05/2016
Reeditado em 02/05/2016
Código do texto: T5622687
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