Trabalho.
Dia primeiro de maio, do trabalho,
eu no malho, não por necessidade,
na verdade é qual fosse um atalho,
quebra galho pra atender minha afinidade
com os versos. Esses teimosos bugalhos,
que de alhos se vestem por vaidade
inda que eu brade: Somos pirralhos,
nos equivalho em poesia à virgindade!
Mas de retalho em retalho um tapete
em que o poema desfila em seu deleite
sem saber se vai brilhar, ainda.
Este poeta da plateia aplaude
não quer ao seu trabalho o debalde
e nem que a poesia, dele, prescinda.
Josérobertopalácio.