a moldura
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em manhãs de muito, em noites de nada,
trinco os cantos da rústica moldura
qu'adorna'inda mais a sua formosura
num sorriso a sete sêlos lacrada.
e, debalde os anos d'água parada,
trepa por curvas a própria aventura
e eu vou, subo a polpas, à cintura..
disparando com dedos, de rajada.
esconjuro a moldura por ser bela!
peste ao amor! à febre! à magia e a ela
e à cegueira que de mim s'abeirou!..
por um amor, amor que não'era amor!
por juras, em vão! carícias, sem cor!..
por tudo que ela deu, que ela levou!..
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