PERTENCES
Coisas antigas ou recentes, dizem entrementes,
à vida aonde floresceram as minhas sementes,
que eram só meus, meus guardados pertences,
recolhidos de encontros furtivos marcados comigo,
imprevistos, em ruas e praças sem nome e perigo,
lembranças materiais, abstratas, no redil amigo.
Amores vividos em tantos percorridos caminhos,
roupas manchadas, camas largadas, em desalinho,
rostos felizes, copiados em mentais pergaminhos.
Ao aumento da distância do meu muscular tônus,
os meus pertences desconstruo a sós, sem ônus,
buscando novos rumos, sem fardos e com bônus.
A áurea corrente e o manto branco da tua visão,
profetizam santos que jamais me libertarão.