PÁSSARO DA NOITE
Grita a noite estridulosa a soar o seu silêncio
Na dormência acalentada do que não se pode ver
Caem gotas de orvalho, brisa solta em ornamento
Tênue vento nas janelas do que está a amanhecer.
Sinto o tempo que passeia como calma madrugada
Passa qual a passeata duma vida em prontidão...
Lá embaixo soa a estrada a se dissipar no nada
Verso segue em segredo... em rotas de colisão!
Cá no alto, lua cheia, o farol da passarada
Cujo voo adormecido na estação pré invernal
Já desperta sonolento pelos sons da alvorada
Lusco- fusco de um tempo de nuança outonal.
Pelo céu abro em reverso minhas asas amputadas
Qual ave sobressaltada no cenário universal...