Nepotismo Poético

É noite; governa um quase silêncio sem instrução,

Escraviza o pensamento fazendo viagem e check in,

Ele não sabe falar e diariamente gasta a imaginação,

Usa jato de inspiração, embarca sem tempo, enfim.

A palavra concursada quebra silêncio, e sai da boca,

A mão competente na escuta; aciona logo os dedos,

As expressões fazem grampos, delata de forma louca,

Verbos um a um se entregam à caneta seus segredos.

O papel não deixa passar em branco e se faz tribuna,

Agora é voz, sem golpes se deixa escrever em negrito,

Ao correr de olhares secretos, é uma leitura em grito.

Inacabáveis sessões, parlamento do imo sem lacuna,

Leis do amor cumpridas ou vive-se em própria cadeia,

Tudo de mim empregado na poesia, outrora via na veia.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 23/04/2016
Código do texto: T5614199
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