Não tenho medo de envelhecer
Da semente vim ao mundo, encontrei o meu norte,
Busquei me inebriar da água mais limpa e gostosa,
Cresci ciente que andaria diariamente para a morte,
Fui letras, verbo, versos, pensamentos, agora prosa.
Sem quaisquer problemas caminho para a senilidade,
Construí-me, me fiz árvore; dei frutos no ciclo da vida,
Busquei fazer só o bem; dei sombra em qualquer idade,
Ventos fortes me sacudiram, às vezes causavam ferida.
Ainda luto com tais tempestades, ventanias e granizo,
Ainda há vida em mim, há folhas verdes esperançadas
Passam-se estações, há brilho, sobretudo nas floradas.
Arrisco uns passos de dança. _Claro eu ainda preciso!
Exercito meus galhos membros e aventuro até correu,
E quanto mais vivo menos é o que eu tenho para viver.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/