Não tenho medo de envelhecer

Da semente vim ao mundo, encontrei o meu norte,

Busquei me inebriar da água mais limpa e gostosa,

Cresci ciente que andaria diariamente para a morte,

Fui letras, verbo, versos, pensamentos, agora prosa.

Sem quaisquer problemas caminho para a senilidade,

Construí-me, me fiz árvore; dei frutos no ciclo da vida,

Busquei fazer só o bem; dei sombra em qualquer idade,

Ventos fortes me sacudiram, às vezes causavam ferida.

Ainda luto com tais tempestades, ventanias e granizo,

Ainda há vida em mim, há folhas verdes esperançadas

Passam-se estações, há brilho, sobretudo nas floradas.

Arrisco uns passos de dança. _Claro eu ainda preciso!

Exercito meus galhos membros e aventuro até correu,

E quanto mais vivo menos é o que eu tenho para viver.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 22/04/2016
Reeditado em 23/04/2016
Código do texto: T5613359
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