O RETIRANTE

O RETIRANTE

Chegando em Caratinga, meio do meio,

Para e pede um pão breado de manteiga.

Sabe que no sertão o espera, meiga,

Aquela que deixou de olhar alheio.

Quando olha o que faz, parece feio.

Contudo, após seguir de veiga em veiga,

Pernoita n'essa vila vã e leiga,

Onde o povo de povo está bem cheio...

Atravessava o país na rodovia,

Que interligava então Rio-Bahia

Para se arretirar das terras secas.

E lembra os seus ainda na miséria,

Enquanto come o pão breado da féria,

Ali tão-só um cabra em meio a jecas...

Caratinga - 22 04 2016