SEM CHÃO
Qual bolhas de sabão no ar suspensas
Que quebram a magia no estourar,
Encantos morrem pós as desavenças,
Amores ficam sós, a lamentar.
Vão para os ares todas suas crenças
De que no amor só cabe o verbo amar,
E no vazio que fica são intensas
As dores e as tristezas do calar.
É qual ficar sem chão no vão da vida
Sem ter onde agarrar, viver a morte,
De um grande amor sentir-se suicida.
É blasfemar com Deus por não ter sorte,
Não ver mais uma chance nem saída,
É perder todo o rumo, todo o norte.