​Ciclo sedentário
 
O fictício cansaço que me põe nos cantos
Que me descompensa de certo equilíbrio
Castra meus momentos em mecânico exílio
Paralisa o brilho com que sonhei tanto
 
Esse desalento em compasso de espera
Que vê passar eras de imóveis cenários
Congela movimentos, tempos, calendário
Prostra-se irreverente em neutra atmosfera
 
Digo-me que a selva e os dramas diários
Sempre me afastaram do que eu quisera
Justifico ao vento as próprias querelas
 
No transcorrer perene, manso e solitário
Fremem ansiedades do que não fizera
Quando havia garras dentro desta fera