A DOR DOS VIVOS
Depois que a vida cessa,
A presença da morte,
Na reza e na promessa
Que abençoam o forte.
Resta–lhe a vida trêmula
Num Jordão que a consagre, mas
Sem rima, arrimo ou êmula
Num duelo de lágrimas.
Apagadas as velas,
Sobra a treva do túmulo
– Jamais vista por telas!
Ao cabo, só dor na alma,
Um sofrimento ao cúmulo
Sem respaldo na calma.
Soneto publicado na obra do autor Realidades versejadas em sonetos (2006).