DE TEMPO A TEMPO

Não há mais aquele amor que de soía

No tempo em que outrora bem atado,

Do fogo que em teu semblante ardia,

De sombra, que antes remo ferrolhado!

De flamas que em mi'as veias labaredas,

Que ardia no pulsar de tuas veias,

Que agora variamente tu enredas,

Num só fogo, a ventura que querias!

Vês, o tempo que ainda a faz galharda,

Porém atada, pelo que mais querias,

Que num disfarce, solta, a gargalhada!

Foi-se o tempo, que há muito tardia,

Que de rebeldia não a faz amada

Entrelaçada, é o que eu mais queria!

fcemourao
Enviado por fcemourao em 20/04/2016
Código do texto: T5611169
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