DE TEMPO A TEMPO
Não há mais aquele amor que de soía
No tempo em que outrora bem atado,
Do fogo que em teu semblante ardia,
De sombra, que antes remo ferrolhado!
De flamas que em mi'as veias labaredas,
Que ardia no pulsar de tuas veias,
Que agora variamente tu enredas,
Num só fogo, a ventura que querias!
Vês, o tempo que ainda a faz galharda,
Porém atada, pelo que mais querias,
Que num disfarce, solta, a gargalhada!
Foi-se o tempo, que há muito tardia,
Que de rebeldia não a faz amada
Entrelaçada, é o que eu mais queria!