ABERRAÇÃO

Escancara o que deve ser a boca

Em superabundância de peçonha.

Empesteia o seu pântano e sufoca

O em redor, essa coisa tão medonha.

Expele pela baba que até choca

As mais vis corrupções que à morte sonha

A carne – a decadência não coloca

Ali nem dignidade nem vergonha.

Escorrem dessa coisa repelente

Os ranços da torpeza manifesta

Nos corpos onde a virtude é indigente.

Exulta ao profanar na grossa baba

Os filhos de natura – e em vão protesta

Por afeto – o desprezo nunca acaba.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 20/04/2016
Código do texto: T5611159
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