O amor pela terra
Quando as florestas cercearem o farfalhar das suas árvores,
Ela se incendiará e virará carvão e fumaça, deixando cinzas,
Mas eu vou chorar, daqui vou cantar, entoar minhas dores,
Eu vou erguer um poema qual pedestal e pintar minha tinta
Nas árvores tristes que restarem a encarecer os prédios,
As árvores cuja função é enfeitar, e, se os mares sucumbirem,
Vou nadar nos mares das artes, em busca de algo -o não tédio,
Para transformar essa tristeza que os homens, a exaurirem
Os bens do mundo, causam no meu peito, uma dor futura,
O medo da extinção da humanidade e um cuidado
Para com o lugar onde vivem todos os seres humanos...
Que esse trágico fim não aconteça, pois no poema dura
A vida do poeta para que outros leiam e tenham amado,
Mas a vida e a morte são tristes, este mundo é desumano...