ao cadafalso

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ao cadafalso, a ferros, ascendia

quando ouvi a brandura dos teus passos

entre a multidão que lançava os braços

em iras, vitupérios, gritaria.

a dó varreste, com lábios benditos,

cada pingo de sangue nos meus olhos

que lembrava náufragos, entre escolhos,

orando em silêncio, orando aos gritos..

mas, já a boca do algoz cuspia um berro

e ele, blindado, todo poderoso,

não olhava com olhos, olhava com ferro.

eras lápide; eras ramo de flores..

com um único adeus no olhar gasoso,

..epitáfio de letras incolores..

~

Luís R Santos
Enviado por Luís R Santos em 19/04/2016
Reeditado em 19/04/2016
Código do texto: T5609651
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