ao cadafalso
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ao cadafalso, a ferros, ascendia
quando ouvi a brandura dos teus passos
entre a multidão que lançava os braços
em iras, vitupérios, gritaria.
a dó varreste, com lábios benditos,
cada pingo de sangue nos meus olhos
que lembrava náufragos, entre escolhos,
orando em silêncio, orando aos gritos..
mas, já a boca do algoz cuspia um berro
e ele, blindado, todo poderoso,
não olhava com olhos, olhava com ferro.
eras lápide; eras ramo de flores..
com um único adeus no olhar gasoso,
..epitáfio de letras incolores..
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