CONDICIONAL
CONDICIONAL
Talvez se fosse loura ou se mais jovem;
Se co'os olhos azuis puxando a gris...
Ou tivesse aquilino o seu nariz;
Ou aqueles lábios grossos que comovem.
Ou vivendo n'outra época em que trovem
Às matronas e seus seios de nutriz!...
Ou, à curva generosa dos quadris,
Que no seu caminhar tão bem se movem.
Mas, fosse como fosse, não seria
Aquela cuja errática alegria
Dependa d'outro olhar para sorrir.
Certa de que se for condicional
O amor às aparências em geral,
Não vale a pena amar face ao porvir.
Betim – 29 04 2016