ÀS MARGENS DO RIO SECO
ÀS MARGENS DO RIO SECO
Acolá, fina areia a que as reptícias
Se agarram a buscar a última gota...
Sol em barro rachado que desbota
O chão coberto d'ervas malpropícias.
Outrora era vereda de delícias;
D'eterno enverdecer por sua rota.
Nada mais, todavia, hoje se nota
Onde antes buritis, pequis... Primícias!
Pela terra assolada, igual fantasma
O rio ressequido nega ao açude
Sua água, sem ter mais com que lhe ajude.
E a gente ribeirinha mais se pasma
Por vazio o remanso de banhar
Na seca a entristecer este lugar.
Betim - 18 04 2016