Lusco-fusco outonal

Nas tardes de outono o amarelejo evidencia,

Ergue castelos entre as folhas dos coqueiros,

Então a brisa acalorada uma dança cadencia,

E o sol prepara-se para o seu raio derradeiro.

Cada fresta entre folhas tem brilho diferente,

E a luz declina em conta-gotas; câmera lenta,

Há cantoria de pássaros, a charanga coerente,

Cada um com seu estilo e a fanfarra sustenta.

A lucidez do dia ofusca-se na noite inda menina,

A tarde se auto destrói numa confusão perfeita,

E o sol dá o trono à lua que é a sua musa eleita.

Cores sem nomes captadas apenas pela retina,

Em um encantamento sem qualquer explicação,

Despede-se do tempo; fundo respirar, o coração.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 17/04/2016
Código do texto: T5607985
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