Lusco-fusco outonal
Nas tardes de outono o amarelejo evidencia,
Ergue castelos entre as folhas dos coqueiros,
Então a brisa acalorada uma dança cadencia,
E o sol prepara-se para o seu raio derradeiro.
Cada fresta entre folhas tem brilho diferente,
E a luz declina em conta-gotas; câmera lenta,
Há cantoria de pássaros, a charanga coerente,
Cada um com seu estilo e a fanfarra sustenta.
A lucidez do dia ofusca-se na noite inda menina,
A tarde se auto destrói numa confusão perfeita,
E o sol dá o trono à lua que é a sua musa eleita.
Cores sem nomes captadas apenas pela retina,
Em um encantamento sem qualquer explicação,
Despede-se do tempo; fundo respirar, o coração.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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