Recusa da musa
E estamparam-na ali; em uma beleza florida,
Tão morena e beijada pelo frescor do vento,
Na tinta impressa e expressamente querida,
Não sabe ao certo o que vai ao pensamento.
Boca bem feita, batom a rimar com todo céu,
Assim como os olhos que combinam com tudo,
Cílios que se topam; quebra do silencio o véu,
Encanto taciturno que grita num muro mudo.
Efígie perfeita chama atenção de quem passa,
Da sua musa, seus belos traços ele ‘aquarelou’,
É que ela partiu, partiu seu coração, ele chorou.
E lá está ela num verde olhar em frente à praça,
Usando tinta nas mãos misturada à cor do amor,
Num remanejo final, cabelos em cachos de flor.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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