a hora do peito

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às tantas, quando a noite escorre à cova,

quando o melro estala o bico em gorjeios,

acordo a sorrir, à hora dos teus seios,

com boca a arder, com sol, com alma nova.

com fé láctea, sou filho, sou homem,

sou todo lábios, e língua, e dentes,

e espelhas, nos meus olhos, o que sentes,

nos olhos que ora bebem, ora comem,

espelhas ternura, roças prazer,

todo o verniz e o oiro de ser mulher,

e um pouco mais, que não decifrei ainda.

assim, às tantas, sorrindo, bebendo,

sinto o sabor desse amor estupendo

e cada dia, cada noite és mais linda.

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Luís R Santos
Enviado por Luís R Santos em 16/04/2016
Código do texto: T5606992
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