Coisa de pele
Transporta a tua pele para a minha em subversão,
Impregna teu olor no meu corpo, em mim se cole,
Transfira-te para meu ser em uma louca profusão,
Ao toque de teus lábios me traga e me faça mole.
Ao contato da tua mão, o frisson que a alma atiça,
No desalinho das pernas há uma doação fascinada,
E o olhar sem caminhos para todas as partes se iça,
O cerne canta uma canção que jamais fora cantada.
O vento leva ao espaço charges de todas as notas,
Os olhos abotoados e na alma desabotoa a manhã,
Os passarinhos silvam uma composição de Djavan.
Investiga-te em teu ser, só em mim tua alma brota,
E nesse sonho quase sentido, acordada me ofereço,
Não te demores a me buscar, se o fizer: enlouqueço!
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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