Coisa de pele

Transporta a tua pele para a minha em subversão,

Impregna teu olor no meu corpo, em mim se cole,

Transfira-te para meu ser em uma louca profusão,

Ao toque de teus lábios me traga e me faça mole.

Ao contato da tua mão, o frisson que a alma atiça,

No desalinho das pernas há uma doação fascinada,

E o olhar sem caminhos para todas as partes se iça,

O cerne canta uma canção que jamais fora cantada.

O vento leva ao espaço charges de todas as notas,

Os olhos abotoados e na alma desabotoa a manhã,

Os passarinhos silvam uma composição de Djavan.

Investiga-te em teu ser, só em mim tua alma brota,

E nesse sonho quase sentido, acordada me ofereço,

Não te demores a me buscar, se o fizer: enlouqueço!

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 15/04/2016
Código do texto: T5606550
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