O outono da vida
O outono está chegando. A tarde vem
Carregada de langor, melancolia
E esse vento tão gélido irradia
Incertezas da minh’alma, muito além
Folhas secas, redemunho, tudo tem
Como as faces do meu eu. Minha agonia
A tristeza carregou minha alegria
E a vontade de viver se abstém
Essa senilidade me consume
Minhas mãos, débeis, frágeis. É o cume
Da demência que me toma por completo
Só meu cérebro está lúcido. Até quando?
Se as pernas não respondem meu comando
E o meu corpo já não é um ser ereto