SUBLIME
SUBLIME
Havia uma garota conversando
Com as flores e as pedras do caminho.
Admirada de tudo, ainda a adivinho
A arder cidade afora em fogo brando.
Vejo ampla a paisagem enquanto ando,
Quando, súbito, eu d'ela me avizinho.
Sorri comigo mesmo, pois, sozinho
Àquela estranha cena ia observando.
E ela sorriu de volta, indecifrável,
Pronta a me devorar com seu enigma,
Pois feito ora de luz; ora de estigma.
E manteve o olhar fixo, mas afável.
Até que, partindo, o encanto me deixou
Junto às flores e às pedras que ela achou.
Ouro Preto - 02 02 2012