OS ENTEZINHOS

Outrora, via tudo colorido,

assim, balés de verdes e vermelhos,

sorrir de sol, bordado em si tecido,

mostrava-se vistoso em mil espelhos.

Fazia da leveza um estribilho

em verso se esvoaçando em ventos ledos,

se acaso ao chão brotasse um empecilho,

num sopro, transformava-se em brinquedos.

Acreditava, em sonho sem cautela,

que um dia amansaria a pátria bela;

até saber que existem deputados...

E agora assiste, de olhos assustados,

aos entezinhos tais em mutações

que alternam-se entre porcos e escorpiões.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 12/04/2016
Reeditado em 13/04/2016
Código do texto: T5603048
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