Rachaduras na Alma de um Soneto Estreito
Nas rachaduras da terra seca
o gérmen dormente do sol
que adormeceu no arrebol
no leito do som da rabeca;
cantou com piado a coruja
no realumiar do sertão
prateado no brilho do chão
tendo a noite como lambuja.
Nas rachaduras da minha mão
as marcas profundas da enxada
deixadas pelas minhas labutas
nos anos passados com lutas
com vestígio duma madrugada
que plantei um pé de coração.