A LUZ DA MORTE.
Do pó me fiz, e desse ciclo ardente,
Meu corpo há se unir a terra fria,
Igual a dor, se une na agonia,
Iconoclasta nas verves de um crente...
Deixar que o verme Reverbere a cria,
Ser o alimento nesta dor fluente,
E aprofundar no meu mundo demente,
Fazer da morte, o dom da fantasia...
Na esfinge amada, deste leito insano,
Verter a minha essência em gás metano,
Esparramar-me-ei de sul a norte
E no infinito, de mil vidas, sou,
A tênue bruma, do que me restou,
No ciclo que comunga a vida e a morte....
(DECA SÍLABOS, RITMO HEROICO)