Soneto das Horas
Há púrpura no azul que no céu existe
Pincelando hematomas já bisados
Nos corações nos quais o amor resiste,
Apesar do azar que trazem os dados.
Não tarda e o amanhã virá em riste
Ocultar sonhos dantes revelados
E gotejar o fado voraz, triste...
Reverso dos alegres dias dourados.
Adiante teu amor será sepulto,
O vento gritará um vil insulto
Ao impiedoso verme comilão.
E soprará teus restos de tristura,
E os espinhos da antiga e vil tortura
Da coroa que escolheste por pendão.
Ângela Rolim
2015
Há púrpura no azul que no céu existe
Pincelando hematomas já bisados
Nos corações nos quais o amor resiste,
Apesar do azar que trazem os dados.
Não tarda e o amanhã virá em riste
Ocultar sonhos dantes revelados
E gotejar o fado voraz, triste...
Reverso dos alegres dias dourados.
Adiante teu amor será sepulto,
O vento gritará um vil insulto
Ao impiedoso verme comilão.
E soprará teus restos de tristura,
E os espinhos da antiga e vil tortura
Da coroa que escolheste por pendão.
Ângela Rolim
2015