CAIS
Ao cair dum crepúsculo sonolento
No ocaso dum outono que se vai
No horizonte, mar revolto volta ao tempo
Junto às folhas que deságuam no seu cais.
O oceano que qual vida bate em ondas
É canção de primavera que se esvai
Qual perfume que dissipa pelas contas
De arrecifes, quebra vozes de corais.
E a sereia que resiste mar adentro
Pelo vento soa suada aflição
E das caixas entreabertas dos “agoras”
Faz magia, sinfonia em brotação.
Acorrenta a breve caixa de Pandora:
Mar da vida...solto em arrebentação.