ROL DOS SONHOS
A vida segue urgente o seu caminho,
A engolir desejos tão fecundos,
Ressecando as flores em segundos,
Ceifando as ilusões devagarinho...
E, desdizendo qualquer adivinho,
Os dias, como deuses iracundos,
Vão sorvendo seus males mais profundos,
Como se degustassem podre vinho...
Os planos, aos poucos, se tornam pó,
E a terra, abrindo a boca sem dó,
Vai tragando as ilusões dos malfadados.
E, ao expirar o turno da amargura,
Há de findar na fria sepultura
O rol dos sonhos não realizados.