INCONSCIENTE

Sou alma, do mundo me escondo,

Uma solidão atroz é meu alimento,

Dentre jazigos meu vulto é o vento

Que se refugia pálido, meio tonto.

Forte é o calor e meus ossos suam

Queimando as vértebras da carcaça,

Mas um último gole provém da taça

É meu sangue, vinho que me cultua.

Meu esqueleto sente sede de morte,

Repele a fome e aos insetos agita

Enquanto minha consciência dorme...

Erma é a noite, desertos são os dias

E eu ali, alma afoita e o peito palpita

Num catre espesso e sem fantasias!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 08/04/2016
Código do texto: T5599301
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