Soneto da Vergonha
ah, quem me dera em parte
entender
que a paixão não era procê
não era pra ser
ocê do jeito que é
era pra ser o que eu acreditei que fosse
e eu acreditei, doce
amarguei a boca
queimei de café
com a ânsia de beber-te
assustei-te
eu amei-te
pois, sem saber quem és
pois não sei quando foi
que de ti soube, pois;
paixão é tela pintada
de tinta barata
que escorre, podre, puta, ingrata
quando dá o tempo e vence a data
é porcelana laminada
é vidro, é pano, é grés
escrevo-te agora uma ultima serenata
te amo, da cabeça aos pés
seja lá quem tu fosse
seja por destino, força ou fé
que eu saia desse buraco
de querer quem não me quer
amém.
já é.