Soneto da Vergonha

ah, quem me dera em parte

entender

que a paixão não era procê

não era pra ser

ocê do jeito que é

era pra ser o que eu acreditei que fosse

e eu acreditei, doce

amarguei a boca

queimei de café

com a ânsia de beber-te

assustei-te

eu amei-te

pois, sem saber quem és

pois não sei quando foi

que de ti soube, pois;

paixão é tela pintada

de tinta barata

que escorre, podre, puta, ingrata

quando dá o tempo e vence a data

é porcelana laminada

é vidro, é pano, é grés

escrevo-te agora uma ultima serenata

te amo, da cabeça aos pés

seja lá quem tu fosse

seja por destino, força ou fé

que eu saia desse buraco

de querer quem não me quer

amém.

já é.

Clara Vitória de Araújo
Enviado por Samuel Fariass em 06/04/2016
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