Ilusões jamais cumpridas

Como era claro, vivo, o meu passado!

Como era verde o sonho de criança

que em meu peito regava co' esperança

os rebentos dos anos consagrados!

Ao meu futuro olhava esperançado

e a ele eu entreguei a confiança,

mas hoje sei da morte e o tempo avança,

avança num vagar desalentado.

Ó, recônditas glórias prometidas!

Atros abismos, como hei de vencê-los?

E nisso então padeço entre os escombros...

Como é torpe o rumar de nossas vidas:

a mão da infância, o afago entre os cabelos

e o flagelo do tempo sobre os ombros.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 06/04/2016
Reeditado em 08/08/2016
Código do texto: T5596698
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