Ilusões jamais cumpridas
Como era claro, vivo, o meu passado!
Como era verde o sonho de criança
que em meu peito regava co' esperança
os rebentos dos anos consagrados!
Ao meu futuro olhava esperançado
e a ele eu entreguei a confiança,
mas hoje sei da morte e o tempo avança,
avança num vagar desalentado.
Ó, recônditas glórias prometidas!
Atros abismos, como hei de vencê-los?
E nisso então padeço entre os escombros...
Como é torpe o rumar de nossas vidas:
a mão da infância, o afago entre os cabelos
e o flagelo do tempo sobre os ombros.