é um sol a tua boca
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tens-me a um palmo do mar que balanças
em cada sonho. é um sol a tua boca aberta;
um sorriso que em ouro e prata se oferta..
rola, luze, tine por marés mansas.
tens-me no martírio das horas vazias
se a insónia a gongos se faz presente.
tu, dama, aos ombros de toda a gente
em colo tens-me, tens-me em euforias.
são mãos muitas que desdobro, qu'invento.
são ecos, e miragens, são quimeras,
na suspensão de um mágico momento.
mas, tens-me, sem ter-me!.. enquanto o sonho corre..
enquanto arautos mentem Primaveras,
puído, qual névoa que ao seio da manhã morre.
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