DEPAUPERADO

DEPAUPERADO

Minha pobreza não é mais a falta

Do que se necessita para a vida,

Tampouco alguma angústia desmedida

Nos tomando de súbito à hora incauta.

Sequer me empobrece uma vista alta

Já que nunca qualquer luz conhecida

Houvesse em mim, frustrado de saída,

Pois nem conquistador, nem argonauta.

Eu sempre me senti alguém com menos...

E é por tal sensação que me amesquinho,

Vivendo com anseios tão pequenos.

Quem, entre ser e ter, um pobrezinho!

Mesmo não sendo caso de somenos,

Sei-me quanto mais pobre, mais sozinho.

Betim - 10 05 2013