Soneto ao amor
Nos meus olhos, meu amor, há
minhas horas finitas que te oferto,
o mistério que te chama no luar,
e as venturas que buscas no deserto!
Em mim, seca de amor não haverá.
Nas venturas teu riso sempre serei,
e se a tristeza, enfim te assaltar,
ternas lágrimas também derramarei.
Quero sempre em teus céus planar.
Tão breve é a vida, de mim não te percas.
Mira nos meus olhos, amor, as entrelinhas!
Nos meus olhos abertos, não me vês.
Minha esperança é vã, é parca...
Triste sina a de Florbela e minha!