Jamais Verás

Ainda que anoiteça bem ligeiro,

Que sentes ao meu lado delicada,

Que o peito meu desmanche por inteiro

E tu, no peito teu, não sintas nada.

Que a tua cabeça encoste ao travesseiro,

Que queiras por um outro ser sonhada,

E a minha mente posta em cativeiro

Ao ser na tua lembrança acorrentada.

Ainda que não tenhas sentimento

Por mim, talvez não sobre um vão momento,

Que queiras dar-me amor sem ser espinho,

De mim jamais verás, pois certamente,

Brotar uma palavra da semente

Que não se chame amor ou então carinho.

SHAIANE DA SILVA BANDEIRA
Enviado por SHAIANE DA SILVA BANDEIRA em 03/04/2016
Código do texto: T5593400
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