Neutralidade compulsória
 

O manto da apatia às vezes me envolve
Fico à mercê de seus gases amofinadores
Que se mesclam a um ócio avesso aos labores
E competem envoltos onde fico imóvel
 
Desconfio há muito habitarem o cerne
Como latentes pragas daninhas recorrentes
Que se manifestam oportunamente
Nos nichos e vãos que o inconsciente se perde
 
Na hibernação compulsória entrementes
Enquanto a letargia desafia e aufere
Pontos que esvaziam firmezas e aderem
 
Fibras invisíveis nas cinzas da verve
Tecem, se combinam e ascendem ao epiderme
E rompem o casulo em que estive indolente