A bunda
Contida, censurada, despida
no mar em que a nobreza afunda,
insolente e destemida,
emerge, gloriosa, a bunda!
Elogios não lhe sobem a cabeça,
até porque cabeça não tem.
Mas não há quem da própria, não esqueça
ao gingado de seu vai e vem.
Habita pensamentos impuros,
biquínis, revistas ou jeans.
Incita o marido ao perjúrio,
se pego em olhares afins.
E a santa prossegue sem culpa,
torturando os desejos que ocupa!