REFRIGÉRIO

N'algidez deste quarto, solitário

Sem teu laço, na cama rolo, aflito

As lembranças dulcífluas revisito

Dentro d'alma percorro meu diário

Tua ausência, princesa, é meu calvário

A distância me punge, o choro é rito

E mergulho em quimeras, lá volito

Quando as lágrimas vêm... É necessário!

Do meu peito a saudade fez império

A tristura dos olhos seu reduto

O negrume atormenta, deletério

Tua voz me chamando, amor, escuto

Em desvairos! Tu és meu refrigério...

Regressando, porás um fim no luto