Incêndio
(Encontrando você,
depois de ler Maiakovski)
Em fuga desesperados,
acorrem dúvidas, medos, desejos.
À boca irrompe estafado,
um carbonizado beijo.
Na ponta da língua, ele hesita...
Pula, não pula, pula...
A multidão de nervos se agita,
o sangue, desnorteado, coagula.
Estarei condenado às cinzas,
se um mar de lágrimas é impotente?
Ou estará em teus olhos, a saída
que me faça sobrevivente?
Atordoado, o coração reclama:
-Salve-me! Meu peito está em chamas!