Camõneando.
(...) Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.
Luís de Camões
É na alma que o poeta sente o gosto
que não sabe donde vem e nem porque;
só que atiça sua vontade de escrever
e a poesia faz-se espelho pro seu rosto.
Doi, e é de dor que o verso é composto
dor pra maltratar o peito, lhe doer
para que nos versos possa acrescer
toda a magia que a alma lhe tem posto.
E canta docemente a sua dor
e tal qual o encanto, ao jardim, da flor
é a poesia decantada de seu afinco.
Em cada verso a alma da palpite
embora deixe que o poeta pinte
o amor e dor e depois lhe abra o trinco..
Josérobertopalácio