Camõneando.

(...) Que dias há que na alma me tem posto

Um não sei quê, que nasce não sei onde,

Vem não sei como, e dói não sei porquê.

Luís de Camões

É na alma que o poeta sente o gosto

que não sabe donde vem e nem porque;

só que atiça sua vontade de escrever

e a poesia faz-se espelho pro seu rosto.

Doi, e é de dor que o verso é composto

dor pra maltratar o peito, lhe doer

para que nos versos possa acrescer

toda a magia que a alma lhe tem posto.

E canta docemente a sua dor

e tal qual o encanto, ao jardim, da flor

é a poesia decantada de seu afinco.

Em cada verso a alma da palpite

embora deixe que o poeta pinte

o amor e dor e depois lhe abra o trinco..

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 30/03/2016
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