Das curvas
Encanta-me a curva; e o que tem por detrás?
Incógnito, me é verdadeiramente fascinante,
Há um contratempo ou um deleite em cartaz?
Por si a curva se confessa um tanto intrigante.
Se mortiça facilmente se vê o que existe além,
E se sinuosa, convida-me a uma peripécia louca,
Se curvas do rio, ou da montanha: rasga o trem,
Contudo, o sorriso é a curva mais linda da boca.
Com as curvas e as linhas delineia-se a sensação,
As curvas das letras estão domadas nesse verso,
Na efígie de todas as fases da lua e no universo.
E nas curvas dos corpos jazem: desejos e tesão.
Nas voltas do arco-íris estampa-se o multicolor,
Nas curvas do coração a batida perfeita do amor.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/